05 setembro 2011

Menos duas torres

A propósito do 11 de Setembro tenho a revelar que, a marcar a década dos atentados, me continua a intrigar a razão pela qual a morte de 3 mil inocentes nas torres tem nitidamente mais valor que a morte de mais de 100 mil inocentes só na guerra do Iraque. A estes não há homenagens, desta chacina não há relatos de "era um dia normal...", desta história que dura há 8 anos não há vídeos com músicas a puxar ao sentimento, não há bandeiras desfraldadas em tudo o que é canto nem fotografias em tons sépia com frases escritas em Helvetica Neue.

E ainda dizem o mundo mudou. É mesmo tudo igual menos duas torres.



1 comentário:

Vanessa Carvalho disse...

Tens razão no que dizes, mas eu também compreendo o porquê dos mortos resultantes da queda das duas torres serem mais falados que os mortos no Iraque. A diferença está no factor surpresa. Ninguém esperava que um atentado como aquele fosse feito aos EUA; chega a ser um ultraje alguém se atrever a atacar uma potência como os EUA. Foram 3 mil vidas perdidas em algumas horas ou até menos que isso. Já a guerra no Iraque, a mentalidade é de que eles estavam a pedir por isso, que fizeram para a merecer - e uma potência como os EUA ataca quem lhe apetece (é comparável ao bullying). As vidas perdidas são algo que se esperava, já que se tratava duma guerra, ainda para mais foram diluídas ao longo de vários anos, por isso não causou tanto choque, não merece tantas manchetes. Não digo que esteja correcta esta forma de pensar, digo sei que entendo a lógica subjacente.