11 setembro 2006

Era uma vez um avião e uma torre

E tu, onde estavas no 11 de Setembro?

Lembro-me que no dia 11 de Setembro de 2001 por volta das 13h, estava eu no Porto, sentada em frente ao Departamento de Fìsica quando a C. me disse entre algum espanto e algum susto que um avião tinha ido contra o World Trade Center.
Tive que puxar pela cabeça a ver se o World Trade Center eram mesmo aquelas duas torres em New York ou se não eram, então como se chamavam as aquelas torres e onde raio ficava o World Trade Center. Confesso que era muita coisa em que pensar para o primeiro ou segundo dia de aulas e imaginei que tinha sido um daqueles aviõezitos de pulverizar os campos que se tinha desviado da rota e, coitado, tinha-se espetado num prédio. Passados nem 10 minutos, vem outra vez a C. à porta avisar que está tudo maluco: foi outro avião contra a outra torre e outro ainda conta o Pentágono. Neste momento deixei de me rir.
Depois de encontrar uma televisão fiquei estupefacta, como provavelmente três quartos do mundo, a ver as duas torres colossais com dois buracos enormes. Entre burburinhos e exclamações de incredulidade iam surgindo na tv imagens e videos, em directo e diferido, de todos os ângulos e de todas as câmaras.
Lembro-me que a certa altura se fez silêncio - em directo, nós e três quartos do mundo assistiam ao colapso das torres, direitinhas, feitas em pó em alguns segundos. Por esta altura alguns dos que estavam lá comigo acharam que era mais importante ir à primeira ou segunda aula daquele ano. Quanto a mim, o que se estava a passar do outro lado do oceano era (ligeiramente...) mais importante.
Lembro-me que depois de caídas as torres, depois de quase extinto o fogo do Pentágono e de vistas as primeiras imagens de um verde prado onde teria, supostamente*, caído um quarto avião, fui pra casa. Por coincidência ou por consequência, nunca ouvi tanto silêncio ao atravessar o Porto em hora de ponta. Lembro-me que ao chegar a casa não resisti a olhar para a Torre das Antas a ver se estava no sítio.


Há quem diga que o mundo mudou. Não concordo. Os Estados Unidos continuam a achar que mandam, os terroristas continuam a achar que podem e o resto do mundo continua a achar que faz.
É tudo igual menos duas torres.

* Para quem não viu na sexta feira passada o documentário Loose Change na 2:, aconselho que o arranjem na net e o vejam sem preconceitos. Daqui nasceu a ilustre causa Pulga·Atrás·Da·Orelha.

3 comentários:

Anónimo disse...

De certeza que para kem viveu e sobreviveu, será algo ke jamais esquecerá... E mesmo para nos, que estamos a uns bons milhares de kilometros, será impossivelmente dificil de imaginar o auge do nosso triste extase ao ver algo tao gigantesco, como o World Trade Center que desfazer se como uma pilha de legos que todos nós tivemos em cachopos... O mundo terá mudado para nós, como seres, que vivemos no medo de levarmos com um aviao na testa ou mesmo que um carro faça CAPUM ao nosso lado... Mas para os verdadeiros trouble makers (Americanos e terroristas,)o mundo continua o ke sempre foi... Um lugar perfeito pa guerras e brincadeiras explosivas que apenas afectam os inocentes...

Anónimo disse...

"Por esta altura alguns dos que estavam lá comigo acharam que era mais importante ir à primeira ou segunda aula daquele ano. Quanto a mim, o que se estava a passar do outro lado do oceano era (ligeiramente...) mais importante."
Ora vê lá se as tuas sapatilhas dizem "Made in China" ou "Made in PRC". Se calhar até dizem. E olha que isso também é importante. (Sim, eu fui à aula e iria novamente.)

Paula disse...

Tive o cuidado de começar a frase com "Quanto a mim [etc]". Cada um tem as suas prioridades e a importância é sempre subjectiva, naturalmente.