02 janeiro 2010

Balanço

Gosto de balanços. Já fiz alguns nos anos que aqui passei a escrever e está na altura de fazer outro ou não tivesse o ano chegado ao fim. Não sei se foi o melhor ano que podia ter sido ou o melhor de sempre, foi o que tinha que ser e, plagiando descaradamente os Wachowski, what happened happened and couldn't have happened any other way.

Foram muitos os momentos altos, mais do que os baixos, e não trocava nenhum deles por nenhum outro.

Foi o Ano Internacional da Astronomia, o ano em que todos olharam para cima um bocadinho mais, o ano em que senti um orgulho especial em ser astrónoma, em que o doutoramento em "galaxy assembly through dry mergers" soube ainda melhor, em que mais vezes me perguntaram porque segui isto e porque é que Plutão não é planeta - não é planeta porque de facto é só um calhau e não sei porque segui isto, é amor.

Foi o ano em que conheci um mundo novo, a Ásia. A viagem a Kuala Lumpur mostrou-me um pedaço deste planeta que desconhecia por completo, marcou-me e quero voltar a comer roti pisang e teh tarik por 70 cêntimos, com um calor de 40 graus que cola e uma humidade sufocante. Foi também o ano em que conheci Leiden sem chuva, a liberdade de Amesterdão e, principalmente, a Madeira. Uma viagem grande com pessoas ainda maiores, a poncha, conhecer a ilha de mota, o Bendito do Menino à noite a caminho de algures.

Foi o ano em que a minha veia política começou a latejar. Em que lutei pela minha cidade como pude, em que a vi extenuar-se e ser deixada por mais quatro anos às mãos de um qualquer. Foi o ano em que andei na rua, em casa e em todo o lado com a esperança na mão e o coração na boca das legislativas ás autárquicas.

Foi o ano Muse. O ano em que acabei por me render, em que os vi naquele concerto para o qual ainda não foram inventadas palavras, em que a Invincible entrou nos meus ouvidos.

Foi o ano do Flash Project. A ponte D.Luís nunca foi tão mimada nem as minhas pessoas tão altruístas. Um projecto combinado em cima do joelho, uma mão cheia de amizades e mais de meia centena de flashes mostraram que é possível realizar coisas pelo simples prazer de as realizar. Porque é bonito, porque sabe bem e porque nos faz melhores.

Foi o ano do Inglorious Basterds de Quentin Tarantino, do Haarp dos Muse e da Crónica de Uma Morte Anunciada do Gabriel Garcia Marquez.

Foi o ano que pode ser resumido numa foto e foi o ano que deu origem a mais um (!) blog, desta vez through the optic nerve:


Para acabar, foi o ano das pessoas, das minhas pessoas, daquelas que deram sentido ao que foi acontecendo - o meu rudolfo sem nariz, os meus lutadores apaixonados, os meus meninos e meninas das estrelas e das galáxias, o meu anjo sem asas, as minhas vozes do Aquam, o meu branco ou tinto, os meus que se foram, os que foram estando de vez em quando e os sempre presentes.

Visto assim, à distância, foi fantástico. E olhando para a frente, estimando, o ano novo vai ser uma montanha russa. Can't wait for the rides it will take me for.

1 comentário:

Pedro Marques disse...

Falta claramente uma referência deste ano... o Top Gear... o ano em que te rendeste!

Bom ano recheado de novas aventuras e que o Top Gear continue até sermos velhinhos! (ou até os carros se conduzirem sozinhos... humpf)