António de Oliveira Salazar é, segundo a RTP e o seu programa "Grandes Portugueses", o Maior Português de todos os tempos.
Fazer descer os milhões e milhões de portugueses que já povoaram este país à beira mar plantado desde a sua fundação, para julgamento sob a mesma bitola é, no mínimo, uma parvoíce. Mas ainda assim, a minha grande dúvida é: maior em quê?
Existem tantos portugueses neste país e espalhados pelo mundo fora quanto existem grandes feitos em cada um deles. A grande diferença é que quase nenhum é mediático e no fundo foi isso que foi a votos - o português mais mediático, leia-se controverso ou polémico, de sempre. No entanto a votação aconteceu, houve de facto quem ligasse e votasse, quem gastasse dinheiro com tamanha estupidez.
E (arriscar-me-ia a dizer logicamente) Salazar ganhou. Ganhou um fascista tacanho, um homem velhaco, mesquinho, uma figura triste, sem horizontes nem ideias, que preferia ver ouro nos cofres do que comida nos pratos. Ganhou um ditador, uma figura atrasada e que atrasou, por osmose, o país em quase meio século. Ganhou um aldrabão, um mentiroso, um hipócrita, que perseguiu e torturou, que apregoou não levar o país para a Guerra enquanto a metia noutra lá longe onde ninguém ia dar conta, que não permitia que se falasse nem pensasse, que
Ganhou um provinciano, uma pessoa pequenina, um senhor medíocre, assim como aqueles que nele votaram.
Pode até ser que haja quem considere Salazar um grande homem, podem até, vergonhosamente, considerá-lo o maior.
Mas nunca Salazar será o maior de Portugal. Nunca uma besta será o maior do MEU país.
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