Não há nada pior no mundo do que um filho não desejado.
A frase não é minha, é de quem tem conhecimento de causa, mas concordo com todas as letras e acentos.
Porque acredito.
Acima de tudo acredito que todas as mulheres, e homens, devem poder decidir se, quando e como querem ter filhos.
Porque acredito que ter um filho não é (só) pari-lo mas (acima de tudo) criá-lo, não é deitar uma criança ao mundo mas dar-lhe o mundo a conhecer. Porque acredito que não há lei que consiga legislar um desejo nem pena que consiga impor uma vontade.
Também porque acredito que até ás 10 semanas (e de outros limites não falo) não há pessoa. Há células, apenas e só. Como as há em cada óvulo da menstruação da mulher e em cada um dos milhões de espermatozóides do homem.
Porque sei.
Sei que nenhuma mulher interrompe voluntarimente a gravidez de ânimo leve e sei que uma criança, catorze anos, morreu depois de ingerir 60 (sessenta) comprimidos de Cytotec para abortar. Sei que as bebedeiras acontecem, os contraceptivos falham e os humanos também.
Sei que quem pode vai a Espanha, quem tem dinheiro vai a uma clínica com condições e quem não tem nem comida para dar aos outros filhos, se faz abortar com agulhas de tricô. Sei que uma educação sexual é imprescindível mas também sei que a pobreza de bolso existe e de espírito sempre existirá. Sei que há mulheres que apenas tomam a pílula porque lhes é levada, diariamente, por um assistente social e sei que há mulheres que escondem a gravidez por medo.
Sei que nascem crianças dependentes em heroína, outras que são abusadas dentro de casa e outras ainda que são completamente negligenciadas - seja por falta de comida ou por falta de atenção. Sei que há crianças abandonadas à porta de um qualquer, no caixote do lixo e, senão pior, à sua sorte.
Porque conheço.
Conheço mulheres que decidiram abortar e fizeram-no. Conheço mulheres que me pediram apoio e eu dei.
Não conheço uma única mulher criminosa.
No próximo domingo a pergunta a que vou responder é simples - quero ter a oportunidade de salvar, nem que seja por uma vez, uma mulher de um julgamento ou morte e, quem sabe, uma criança da miséria?
Carago, claro que SIM! SEMPRE!
1 comentário:
simmmmmmmm! tens toda a razão...não há nada pior do que ter um filho não desejado e depois não lhe poder dar a felicidade que toda a gente merece ter condições de atingir.
Um filho que não é criado com carinho , será que vai ter o melhor caminho? (até rimou
Abraços e beijinhos e viva a democracia!
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