F%$"#&$! Spoilers!
Confesso que acho uma certa piada aos realizadores com actores-fetiche - Tim Burton e Johnny Deep, Quentin Tarantino e Uma Thurman - mas não gosto particularmente do Leonardo DiCaprio pelo que só mesmo Scorsese me faz ir ao cinema e, até agora, a presença de DiCaprio tem sido, felizmente, ofuscada. Em Gangs of New York, por exemplo, foi Daniel Day-Lewis que se encarregou de fazer um papel estrondoso, agora neste The Departed, Jack Nicholson vale pelo filme todo.
A história não é nada de especial, é o mesmo rame-rame de polícias e criminosos de sempre, mas esta é um bocadinho sui generis, tem leves semelhanças com um drama de Shakespeare e não tem produções hollywoodescas descabidas. Em The Departed, por várias vezes se sente uma certa empatia com os mafiosos e um desconforto com os bons da fita ou, melhor ainda, não se sabe quem é quem.
Frank Costello (Jack Nicholson), um mafioso irlandês que comanda as ruas de Boston, sem qualquer pudor, remorso ou moral, corta pessoas em postas, mas é lovable. Já Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), o polícia undercover que se passa por mafioso para apanhar os maus da fita, irrita. Fenomenal está Mark Wahlberg no papel de Dignam, o polícia catita, que insulta tudo e todos, mas que até a dizer "You motherfucker! Cocksucker!" tem estilo.
Vale sem dúvida a pena rever o Scorsese de outros tempos, aquele que não corre para os Óscares e que consegue tocar no limite do ridículo mas ficando-se apenas e tão só pelo genial.
O Momento: Quando Frank Costello aparece de mangas arregaçadas, sujo de sangue, como quem esteve a lavar a louça. Essa cena *é* o filme.
A Frase:
Frank Costello: One of us had to die. With me, it tends to be the other guy.
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