10 outubro 2006

O Aborto - parte II


Tal como disse no post anterior sobre o Referendo ao Aborto, este tema é eticamente sensível mas nem por isso deve deixar de ser discutido.
Para clarificar posições, sou a favor do aborto quando realizado por opção da mulher até às 24 semanas. Sem mais bells and whistles.
Uma parte dos meus argumentos/razões, foram apresentados nos comentários do post anterior, onde tive uma discussão com uma pessoa de opinião contrária - olá Waffles - e que pode ser lida aqui.

Existem dois pontos que acho que são cruciais para definir uma tomada de posição em relação a este assunto. O primeiro é o mais imediato - afinal o que se considera ser um ser humano? Ou quando é que começa a definição de pessoa? O segundo é mais complicado - até onde vão os limites entre a moral e as questões de facto? Por exemplo, uma situação económica precária faz de um aborto mais ou menos condenável?

Fora o romantismo da questão, não considero uma amalgama de genes e cromossomas, uma pessoa por si só. O que acredito fazer de uma pessoa isso mesmo é a sua capacidade de sobrevivência intrínseca, que está relacionada com a sensação de dor e o desenvolvimento da consciência. Quanto à moralidade acho que não deve ser senão a própria vontade da mulher - juntamente com o outro progenitor, se assim ela o entender - de ter um filho ou não, sem qualquer dependência em factores externos.
A partir daqui todos os outros argumentos são abertos a discussão - e, já agora, a uma discussão informada, muitos não sabem do que estão a falar sequer e, perigosamente, defendem uma ideia por teimosia.

Convém ainda assim esclarecer que a luta de quem defende o aborto é apenas a luta por um direito à escolha. Coisa que uns se recusam a entender ou, pior ainda, não fazem a mínima ideia do que se trata.

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