06 dezembro 2009

Agulhas v2.0

Ontem, num belo dia de inverno, ironicamente constipada, recebi um mail de alguém que provavelmente teve dificuldades em accionar o link dos comentários deste post. Ou então achou que não valia a pena dar o corpo, ou a palavra, ao manifesto como faço neste blog há mais de 3 anos. Mas não se acanhe caro Pedro Medeiros, aqui pára gente muito diversificada, que (ainda bem) nem sempre concorda comigo, mas que sabe que eu não mordo. Quando não calha.

Quando não sabes do que falas quanto aos enfermeiros mantem-te calada.... porque o que escreveste sobre os enfermeiros para além de pareceres uma triste.... chama-se.. ignorância..

Pedro Medeiros

Com os melhores cumprimentos

Gosto do tom íntimo-paternalista que usa ao tratar-me por tu. De qualquer modo, ainda que não lhe tenha pedido qualquer tipo de conselho, está para ser inventado o pechisbeque que me quer calar - mais depressa os porcos voam, as vacas tossem e as galinhas têm dentes do que eu me calo. Vamos, claro, para os devidos efeitos, assumir que o que escrevo neste blog é outra forma de falar. Não gosta do que lê? Pode comentar, discordar, refutar, discutir, contra-argumentar. Aliás, em boa verdade também me pode mandar calar o que não quer dizer, lamento desapontá-lo, que o faça e que não se arrisque a que minha desobediência seja acompanhada por um gesto menos próprio.

Agora a propósito dos adjectivos que usou, não vejo de onde possam ter surgido. Pareci-lhe triste, talvez abalada, pela birra dos enfermeiros da Linha Saúde 24? Não, de todo. Até agora não precisei deles mas a julgar pelo que têm feito, e pelo seu comentário, parece-me que iria melhor servida com chá de cidreira, mel e bagaço.
Quanto à ignorância a que se refere, posso estar enganada, mas não me parece ser necessário ter a escolaridade obrigatória para reconhecer uma birra ou um rebanho. Aliás, ignorante, pedante e egoísta, parece-me ser a posição dos enfermeiros que se recusaram a ser vacinados. Se outra prova não houvesse, o facto de já milhares de pessoas terem sido vacinadas mostra por si só que, pasmem-se os incrédulos, a vacina é segura. Mas mesmo admitindo uma certa desconfiança a que todos, uma triste como eu e um iluminado como o Pedro Medeiros, têm direito, também existe um dever básico de cidadania e de responsabilidade pelo cargo que cada um ocupa e pela camisola que veste. Com certeza não acharia piada se o seu merceeiro dissesse num qualquer canal de televisão que não confia nos tomates que vende.

É provável que seja meu o defeito de confiar em quem entende do assunto, mas depois de me terem arrancado dois eléctrodos presos ao coração porque desfibriladores externos era coisa que ainda não se usava e, voilá, estar aqui a escrever(-lhe) este post e à espera que arranque a vacinação do meu grupo de prioridade, não posso dizer que me importe em ter este defeito. Tal como também não me importo de não fazer jus à minha condição nortenha e de não o ter mandado a um certo sítio na primeira linha deste post.

6 comentários:

Macnet disse...

o Sócrates se lesse o teu post diria qualquer coisa tipo: quem se mete com a Paula leva...

Paula disse...

Não tenho de sangue de barata, lá isso não.

A menina das bolinhas disse...

:) é tudo que tenho para te dizer... Speechless sis

Hélio disse...

Tungas!

Tatu-Canastra disse...

Perante isto, vergo-me assumindo que por vezes gostava de ter a sua subtileza nas respostas.
Se existe palavra certa para se aplicar a isto, seria "touché".

Pedro Marques disse...

Paula à presidência!