08 março 2007

O Dia da Mulher, ou como se diz no Porto, o Dia da Gaja

Hoje é, também, o meu dia.
Não sou feminista nem tão pouco ambiciono utilizar os homens como meta dos direitos que devem assistir, por inerência, às mulheres.
As mulheres têm direitos, ponto final. Direitos que lhes são revogados por nenhuma outra razão que não seja o medo de que o poder dos homens seja posto em causa ou ameaçado de qualquer forma ou meio.
Existe a ideia que os direitos das mulheres foram conquistados, o que é mentira. Afinal foram conquistados a quem? Aos homens? Os mesmos homens que ainda hoje fingidamente dizem estar solidários com a luta travada, desde há séculos, pelas mulheres em todo o mundo? Solidários? O direito da mulher ao voto, ao casamento e ao divórcio, à privacidade, à liberdade intelectual, política e religiosa, o direito à escolha, tem que ser mendigado pelas mulheres?
Os direitos das mulheres estão, isso sim, a ser recuperados aos poucos. Note-se - recuperar o que é seu por direito, e não conquistar o que quer que seja.
Por isso sou contra as quotas nos partidos políticos, a mulher deve ser valorizada através daquilo que faz, que pensa, que concretiza na sua vida e não porque tem dois cromossomas XX. Também por isso detesto religiões, em que não só a mulher é renegada e tratada como um ser menor, mas como ainda são defendidas doutrinas que procuram justificar essa inferioridade. Odeio a ideia de que, para os crentes, o que não é o meu caso, Deus é homem. E a história do Adão e Eva, e que é a mulher a eterna pecadora. Fod#%&$#-se!
Eu, enquanto mulher, quero o que me pertence. Felizmente, não vivi no tempo de Salazar. Vivo sim numa sociedade que em 1976, na nova Constituição, estabeleceu a igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios.
Espero é que não falte muito para que todas as mulheres, em todo o mundo, possam recuperar o que é seu. Por direito, claro.

Feliz Dia da Gaja. Carago.

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