É violento, perturba e é desconfortável, merecia por isso um final muito diferente. O problema com filmes como Blood Diamond é que, apesar de louvável a tentativa de um wake up call, são muito poucos aqueles que se arriscam a dar a lição até ao fim - entre romances e aventuras há sempre um final feliz para que o espectador não saia da sala com remorsos e até algum sentimento de culpa. Não gosto disso.
O argumento é excelente no retrato do que cada um tem por prioritário - os diamantes para o traficante, a reportagem para a jornalista, o filho para o pai. É baseado em factos assustadoramente verídicos e enquanto a história principal dá o nome ao filme, por explorar o assunto dos chamados conflict diamonds, o enredo secundário foi o que me deu um murro no estômago - as crianças soldado.
O realizador, Edward Zwick, não está brilhante mais está benzinho. Há alturas em que até promete que nos vai entregar um grande filme mas depois deixa-se arrastar em alguns clichés e no fim acaba por tornar um potencial grande filme num filme esforçado. No entanto, fiz (finalmente) as pazes com Leonardo diCaprio. Depois de The Departed, diCaprio convenceu-me que já não é (só) dois palminhos de cara, o miúdo tem futuro. Em Blood Diamond quer diCaprio quer Djimon Hounsou estão fantásticos, mas o mesmo já não acontece com Jennifer Connelly que, meia insossa, parece que está no filme para tapar alguns buracos no argumento.
No geral, vale o dinheiro do bilhete, mas valia muito mais se em vez de um final cor-de-rosa como o calhau por que muita gente mata e morre, tivesse um final trágico, assim como acontece na realidade. Aí sim, seria um excelente filme e tinha cumprido um propósito.
O Momento: Quando Dia Vandy não reconhece o pai, Solomon Vandy (Djimon Hounsou).
A Frase:
Danny Archer: God left this place a long time ago.
1 comentário:
gostei do filme em geral mas desiludiu-me sinceramente e acho que o Leo di Caprio não era a pessoa indicada para o papel de Danny Archer .
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