Ler. Spoi Ler.
Tal como (quase) toda a gente, fiquei um bocado reticente quando soube que Daniel Craig ia substituir Pierce Brosnan no papel de Bond. A primeira reacção até foi de alívio, antes esse que Leonardo diCaprio que, segundo rumores, também foi considerado para Bond. Eu sei, eu sei, escandaloso. Mas um Bond louro de olhos azuis não é, pensava eu, Bond.
Ora, não é que o rapaz me supreendeu? Como pelos vistos está a acontecer com (quase) toda a gente. Ser louro de olhos azuis e ...err... maior que outros Bonds, é completamente secundário. O que por si só já é um feito considerável - este filme seria o primeiro da saga, onde Bond se torna Bond e ainda não está calejado pela pressão de salvar o mundo 50 vezes e ter uma colecção infindável de mulheres.
E, curioso, é precisamente essa a sensação que Daniel Craig deixa - a de um Bond astuto, milimétrico, mas emocionalmente desastrado e sem o glamour de salvar o mundo.
A história é simples, quase corriqueira. A(s) bond girl(s) são as do costume, a M é a M e nem se dá pela falta Q nem de Monneypenny. Os carros e o relógio são inacreditavelmente normais, não há magnatas russos que vão dominar o mundo e Bond quase, quase, quase, quase, quase que chora.
MAS!!!, apesar de já ter ouvido uns rumores de que isto acontecia no filme, não quis acreditar até testemunhar pessoalmente tamanho ultraje - Bond não quer saber se o seu vodka martini é shaken or stirred. Senhor, perdoai-lhes que eles não sabem o que fazem.
Ainda assim, apesar de ser uma versão reconstruída, volta a ser o Bond de sempre quando se apresenta no fim do filme como Bond, James Bond.
O Momento: A M com saudades da Guerra Fria.
A Frase:
Não há como fugir...
Bartender: Shaken or stirred?
James Bond: Do I look like I give a damn?
Nesta altura pensei que o Bartender lhe ia dar com a garrafa de martini na cabeça e dizer "Shaken estúpido! Shaken!". Mas não.
Sem comentários:
Enviar um comentário